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O investimento é o teste do algodão

O investimento é o teste do algodão

Passámos tantos anos a ouvir falar de sustentabilidade e de redução da pegada ecológica que nos tornámos todos céticos em relação às boas intenções anunciadas pelas empresas.

A mudança de atitude seria genuína ou seria apenas marketing de fachada — mau marketing, portanto? Seria aquilo que se convencionou chamar de “green washing”, uma espécie de lavagem verde destinada apenas a perfumar as reais intenções das companhias para efeitos de comunicação?

O ceticismo pode ser um sinal de inteligência e a ferramenta certa para interpretar a realidade que nos envolve, mas em 2022, apesar de existir uma enorme diferença de empresa para empresa e de sector para sector, podemos dizer com alguma segurança que o mundo é hoje realmente mais exigente — a transição energética e o comportamento das empresas impacta diretamente na sua reputação e, portanto, define o êxito ou o fracasso comercial da sua atividade. Dito de outra forma, já não há espaço para fazer pisca para um lado e virar para o outro. Não é possível simular. A mudança é realmente obrigatória. Os consumidores estão vigilantes.

As companhias que trabalham nesta área são, justamente, as mais expostas à pressão pública e política, porque as suas estratégias de reconversão e o alinhamento com a defesa do planeta produzem um efeito multiplicador. Quanto mais estas companhias aceleram o desenvolvimento de energias verdes, mais depressa diminuirá também o consumo de combustíveis fósseis.

É evidente que esta transformação só pode acontecer de forma gradual. Isso acontece não apenas para assegurar a viabilidade do negócio, mas também porque o nosso modo de vida e os nossos hábitos de consumo exigem tempo para que mudem com o menor sobressalto económico e social possível. Seria fantástico que a reconversão global pudesse acontecer subitamente — mas somos todos animais de hábitos e isso implica dar passos firmes e consistentes ao longo do tempo. Muitas das tecnologias necessárias para que esta mudança aconteça, são ainda demasiado caras ou, simplesmente, ainda não foram inventadas, como sublinha a própria Agência Internacional da Energia.

Implica pressão, sim, mas também paciência.

O indicador mais importante na avaliação desta mudança de paradigma não é, portanto, a avaliação dos resultados anuais. É, sim, o peso do investimento que as empresas de “oil & gas” fazem para concretizar esta mudança de paradigma. Se a maior fatia do investimento for aplicada nas energias renováveis, no hidrogénio verde, na transformação de lítio para baterias, no desenvolvimento de combustíveis de baixo carbono, mas também na mobilidade elétrica e no apoio à reconversão de frotas empresariais e urbanas… então estamos no caminho certo. São os números do investimento que devemos por isso, avaliar, não apenas as intenções.

É evidente que esta transformação só pode acontecer de forma gradual. Isso acontece não apenas para assegurar a viabilidade do negócio, mas também porque o nosso modo de vida e os nossos hábitos de consumo exigem tempo para que mudem com o menor sobressalto económico e social possível.

André Macedo, curador da Electric Summit Galp

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