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As escolhas da Geração Verde

As escolhas da Geração Verde

A consciencialização para comportamentos mais sustentáveis tem vindo a crescer, sobretudo entre os países mais desenvolvidos. E a “culpa” é da Geração Verde.

Os rostos das causas ambientais cada vez mais são jovens. Em 2019, a adolescente sueca Greta Thunberg estimulou milhões de crianças em 150 países a realizar a maior greve climática da história. Em 2016, Mari Copeny, de 8 anos, ficou famosa como “Pequena Miss Flint” depois de escrever ao então Presidente Barack Obama e chamar a atenção nacional para a crise da água em Flint, Michigan. Malala Yousafzai tinha apenas 17 anos quando ganhou o Prémio Nobel da Paz, em 2014. Rostos que espelham o desejo de um futuro cada vez mais sustentável, liderando e impulsionando a sustentabilidade nas agendas globais e corporativas.  

A crise climática é, hoje, tida como prioridade para esta geração, materializada na consciência da necessidade de uma mudança de estilo de vida que tente travar o impacto nas alterações climáticas, na poluição, nos efeitos produzidos pelo uso de combustíveis fósseis, na exploração de recursos e nos modelos económicos não mais sustentáveis.

De uma forma geral, os analistas consideram que a preocupação dos cidadãos continua a aumentar. Uma pesquisa realizada antes da pandemia pelo Pew Research Center evidencia que o aquecimento global é a principal ameaça ao futuro dos países, evidentemente com diferenças importantes entre as diferentes nações. Ações terroristas e possíveis ataques cibernéticos internacionais estão logo entre as seguintes preocupações.

Não resta, igualmente muitas dúvidas do forte impacto económico que as mudanças climáticas tiveram até agora, nomeadamente na Europa. A Agência Europeia do Ambiente estima que os fenómenos meteorológicos e climáticos extremos, entre 1980 e 2017, tenham resultado em perdas monetárias na ordem dos 450 mil milhões de euros, para além de mais de 90 mil mortes. De acordo com o Natural Resources Defence Council, o preço do aquecimento global em termos de custos energéticos e danos provocados por furacões e pela desertificação pode alcançar, apenas nos Estados Unidos, a quota de 3,6% do produto interno bruto até 2100.

Mas há, ainda, outras preocupações, como o aumento da poluição sonora nas cidades, a contaminação do solo e do ar por substâncias tóxicas e o desperdício de recursos materiais e energéticos, fatores que levam os cidadãos a adotar novos comportamentos, mais atentos à sustentabilidade e à circularidade. Assim, as novas gerações têm vindo a atuar como aceleradoras da transição energética e da mudança dos modelos de comportamento da sociedade.

Os consumidores verdes

Cada vez mais apelidados de Geração Verde, os millennials e a Geração Z demonstram um comportamento ambiental e socialmente consciente do consumidor, defende num artigo de opinião Amit Choudhary, especialista em Gestão de Mudanças, Liderança, Estratégia e Transformação da Capgemini. “Com o poder de compra a crescer e o acesso potenciado a informação digital, cada vez mais os jovens optam por produtos orgânicos e ecológicos.” Os observadores da indústria acreditam que estarem associados a escolhas éticas e ecológicas está a tornar-se num novo símbolo de status para os jovens consumidores e uma expressão da sua identidade. Para Choudhary, os retalhistas inteligentes irão perceber o impacto tangível dessa tendência nos compradores. De acordo com a Nielsen, 53% dos millennials comprariam produtos ecologicamente corretos em vez de uma marca, em comparação com 34% dos baby boomers.

Segundo o especialista, os millennials estão interessados em promover a agenda de sustentabilidade pelo poder do investimento. O World Wealth Report 2020 da Capgemini revelou que 41% dos indivíduos com alto património líquido (HNWI) com menos de 40 anos estão interessados em investimentos sustentáveis.

À medida que a percentagem de millennials e da Geração Z cresce nas bases de consumidores e funcionários, a procura por sustentabilidade será impossível de ignorar. Mas, alerta Choudhary, não é praticável a uma empresa considerar a sustentabilidade apenas como mais uma ferramenta para capturar valor de marca ou participação de mercado. “Para gerar impacto social, ambiental ou organizacional positivo, deve ser um compromisso de toda a empresa baseado em ações.”

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