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As empresas e a sustentabilidade como fator competitivo

As empresas e a sustentabilidade como fator competitivo

Com os consumidores a terem, cada vez mais, preocupações ambientais e de sustentabilidade nas suas opções de consumo, as empresas que irão vingar no futuro serão aquelas que conseguirem crescer e diferenciar o seu negócio em linha com os princípios fundamentais de ambiente, sociais e de governança, o denominado “índice” ESG.

Um estudo levado a cabo pela EY revelou que a grande maioria dos consumidores portugueses priorizará o meio ambiente e as alterações climáticas nos seus hábitos de vida e nas suas opções de consumo, optando por adquirir marcas que revelam o impacto que os produtos têm sobre a sociedade e sobre o ambiente.

Uma alteração de comportamento à qual as empresas têm, obrigatoriamente, de estar atentas para assim fazerem face a este novo desafio. E, ao que tudo indica, estão. No documento Portugal: Desafios para 2022, a mesma consultora admite que os temas ESG (Environmental, Social and Governance) integrarão definitivamente o core da estratégia, cultura e propósito das empresas que pretendam liderar os seus setores de atividade.

“O posicionamento perante o ESG deverá ser estrutural e os objetivos cada vez mais ambiciosos, tornando-se uma base de diferenciação no mercado”, explanam os especialistas, garantindo não haver mais espaço para abordagens incrementais em relação a esta temática. “Este imperativo decorre da aplicação de práticas degenerativas ao longo de várias gerações que fizeram soar recentemente alarmes em diferentes contextos.”

Situações climáticas extremas

Exemplo disso é que, nos últimos dois anos, verificaram-se situações de condições climáticas extremas que mudaram a vida de milhões de pessoas, desde inundações, tempestades em Espanha, Alemanha e na China ou os incêndios no Sul da Europa. Aliás, no ano passado, o Overshoot Day – data em que a humanidade consome todos os recursos naturais que o planeta pode renovar durante um ano – ocorreu a 29 de julho, registando-se uma regressão para valores semelhantes ao período pré-Covid. Este ano, a situação não será muito diferente. Dia 28 de julho é o dia apontado para esgotarmos todos os nossos recursos anuais.

Em 2021, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, descrevia um relatório publicado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC) como um “alerta vermelho” para a humanidade. “A discussão não pode ser sobre se os objetivos e ações planeadas para reduzir para cerca de metade as emissões de carbono em 2030 e eliminar as emissões de carbono para 2050 (ou antes) são realistas ou não. Falhar não é mais uma opção”, esclarece a EY. “As organizações que não estiverem alinhadas com estes princípios e respetiva urgência estarão a compactuar, perante todos, com um processo de destruição global (e organizacional). Investidores, consumidores, organizações não governamentais, reguladores, e muitas organizações, entre outros, sabem disto.”

Urge diferenciar os negócios

Assim, para estes especialistas, os grandes vencedores do futuro serão aqueles que conseguirem crescer e diferenciar o seu negócio em linha com os princípios fundamentais de ESG, demonstrando capacidade de impactar não só as suas empresas, mas, acima de tudo, as cadeias de valor, indústrias e ecossistemas.

Os exemplos citados pela consultora no documento “Conhecer os desafios ajuda a encontrar o caminho?” aparecem um pouco por todos os lados. Larry Fink, CEO da BlackRock, aquele que é o maior fundo de asset management do mundo, na sua carta aos CEO em 2021 refere que não haverá nenhuma empresa cujo modelo de negócio não virá a ser profundamente afetado no processo de transição para a economia net zero.  Refere ainda que as empresas que não se adaptarem rapidamente assistirão a impactos ao nível do negócio e da sua valorização.

Por outro lado, o Future Consumer Index da EY para Portugal evidencia as preocupações dos consumidores nacionais relativamente a esta temática, com 65% a priorizar o meio ambiente e as mudanças climáticas na maneira como vive e na escolha dos produtos que compra e metade (50%) a estar mais propensa a comprar marcas que revelam o impacto que os produtos têm sobre si e sobre o planeta.

Já um estudo da Gartner indica que 68% dos funcionários considerariam mudar de emprego para empresas com pontos de vista mais sólidos relativamente a questões sociais. A EY aponta os exemplos da Microsoft, Google e Natura, que não só têm objetivos de neutralidade carbónica para os próximos anos, como também tentam ir mais longe. Procuram anular a sua pegada histórica (integralmente), criando até um saldo positivo, definindo desta forma padrões para as indústrias em que atuam.

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