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A urgência da digitalização da energia

A urgência da digitalização da energia

As novas tecnologias associadas à digitalização permitem melhorar a eficiência e gerir a complexidade do sistema energético, desde o planeamento, operação e manutenção da infraestrutura, passando pela geração e transmissão de energia, até ao seu consumo.

Independentemente do setor de atuação, a evolução do sistema energético nas próximas duas décadas irá provavelmente afetar os negócios em múltiplas formas — estratégica e operacionalmente. Das indústrias produtoras às indústrias do consumo, o futuro da energia é um futuro partilhado. A convergência que se assiste no setor energético significa que cada vez mais é preciso olhar para além dos limites de cada indústria para avaliar e compreender as implicações de um sistema energético em evolução, e todas as possibilidades que ele oferece. A digitalização associada a este setor é, e será cada vez mais, fundamental para o futuro de todos nós.

As tecnologias digitais transformaram a nossa sociedade e a nossa economia, afetando o nosso dia a dia não só em casa como no trabalho. Numa altura em que estamos a gerar quantidades crescentes de dados, os especialistas não têm dúvida de que eles, os dados, vão ser um dos “motores” que irão potenciar a transição energética, a par da eficiência energética, das fontes de energia renováveis ou de fusão.

Aliás, os dados estão intrinsecamente ligados a duas das principais prioridades políticas da Comissão Europeia: a transição digital da economia e da sociedade e a transição para as energias limpas no âmbito do Pacto Ecológico Europeu. Embora o vínculo com a transição digital seja claro e óbvio para a UE, o papel que a digitalização pode desempenhar para alcançar a ambição europeia de a longo prazo se tornar neutra em relação ao clima até 2050 talvez seja menos evidente, mas não menos importante. “Quando falamos de digitalização, queremos dizer muitas coisas. Isso inclui inteligência artificial (IA), processamento avançado de dados, internet das coisas (IoT), aprendizagem de máquina, para citar apenas quatro exemplos”, menciona a comissão europeia num documento divulgado no final do ano passado. “Essas novas tecnologias oferecem grandes possibilidades para melhorar a eficiência e gerir a complexidade do sistema de energia em todas as partes da cadeia de abastecimento, desde o planeamento, operação e manutenção da infraestrutura, passando pela geração e transmissão de energia, até ao seu consumo.”

Os dados precisam de circular

Explica a Comissão que, à medida que nosso sistema de energia se torna mais descarbonizado e descentralizado, a sua digitalização precisa de seguir o exemplo, adotando as mais recentes soluções tecnológicas. Os dados precisam de se mover de um lugar para outro, por exemplo, de um data center para as nossas casas, ou da bateria de um carro para o ponto de carregamento e o operador da rede elétrica. “O transporte desses dados requer uma rede segura e protegida, bem como uma plataforma para uma troca contínua entre as diferentes partes envolvidas.”

A partilha de dados também pode ajudar em áreas como avaliações de desempenho energético, estratégias de renovação ou na conceção, planeamento e implementação de planos de ação sustentável em energia e clima, por autoridades locais e regionais.

Facilitar a partilha de dados – com base em regras claras sobre quem pode aceder, quando e como – será, no entender da Comissão Europeia, um alicerce para um espaço europeu comum de dados sobre energia. “Irá melhorar o intercâmbio e a utilização de dados no setor em benefício dos vários intervenientes no sistema energético, tais como fornecedores, operadores de infraestruturas, fornecedores de sistemas energéticos e consumidores.”

Garantir um ambiente seguro

No entanto, é verdade que a digitalização cria novas vulnerabilidades no setor de energia, com a cibersegurança e a digitalização a serem os dois lados da mesma moeda. A troca de dados só pode acontecer num ambiente seguro, pois as informações que passam pela internet são sensíveis e essenciais para atender às nossas necessidades diárias. “Como tal, nos tempos modernos, garantir a segurança do aprovisionamento implica também melhorar a nossa resiliência contra qualquer ciberataque coordenado que tenha como alvo as infraestruturas energéticas da Europa”, escreve a CE, garantindo que, por isso mesmo, “a Comissão Europeia está a trabalhar em regras com as partes interessadas para garantir que os mais altos padrões de segurança cibernética sejam aplicados à rede elétrica europeia”.

O poder do digital

Para as empresas de energia, obter valor com as tecnologias digitais tornou-se a grande baleia branca: ansiosamente caçada, vagamente percebida, enorme e indescritível. O cenário é dado pela McKinsey, que admite ser realmente importante que as empresas de energia cumpram a promessa de inovação digital em escala, numa base global. “É importante para o mundo: nas próximas duas a três décadas, mais de cinco mil milhões de pessoas no mundo em desenvolvimento irão procurar um caminho para sair da pobreza. Desbloquear a magnitude dos recursos energéticos necessários para melhorar as suas vidas, de uma forma que não sufoque o meio ambiente, não pode ser feito sem o poder do digital para melhorar a eficiência e gerir a complexidade.”

Para a consultora, a inovação digital é um dos poucos meios que podem lidar com as mudanças profundas que estão a ocorrer– usando análises preditivas para melhor antecipar o futuro, dados para informar melhor as decisões atuais no aqui e agora e digitalização e automação para aproveitar cada incremento de custo e velocidade que podem ser encontrados.

Segundo a McKinsey, as empresas de energia estão corretas em levar o digital a sério: é importante para o seu sucesso futuro e é imperativo para o crescimento económico global e o cuidado com o meio ambiente. Mas, diz a consultora, as energéticas devem reunir a ousadia que marcou os seus triunfos no passado, tornando inovações em realidade – seja criando uma rede continental, extraindo hidrocarbonetos com segurança das áreas mais remotas do planeta ou usando a mecânica quântica para aproveitar a energia do sol.

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