União Europeia “forçada” a acelerar implementação de postos de carregamento
O Tribunal de Contas Europeu diz que é preciso mais postos de carregamento para cumprir as metas propostas europeias a nível ambiental. Uma espécie de puxão de orelhas que, mais do que apontar defeitos, serve para sinalizar e mostrar o caminho.
A evolução tecnológica é irreversível — e é inegável que se deram passos gigantes na última década — mas como, em qualquer mudança de paradigma, nem tudo decorre à velocidade desejável. Foi isso mesmo que o Tribunal de Contas Europeu (TCE) alertou durante o passado mês de abril, “avisando” a União Europeia de que, para reduzir em 90% as emissões de gases com efeito de estufa provenientes dos transportes até 2050, precisa de acelerar a implementação de postos de carregamento. Até porque, já se sabe, quando maior e melhor é rede de postos de carregamento — sejam eles públicos ou privados — mais fácil e sugestivo se torna comprar e conduzir um veículo elétrico.
“A UE está ainda longe da sua meta do Pacto Ecológico de um milhão de postos de carregamento de veículos elétricos até 2025 e não dispõe de um roteiro estratégico global para a eletromobilidade”, referem em comunicado. Admitem que há agora muito mais postos e que houve avanços nesta área, “como a promoção de uma norma comum para as fichas de carregamento”, mas que, ainda assim, continuam a verificar-se obstáculos e, sobretudo, assimetrias, à circulação destes veículos nos 27 países da Comunidade. “A disponibilidade destas infra-estruturas de carregamento varia substancialmente de país para país e os sistemas de pagamento não estão harmonizados. A Comissão deve fazer mais para apoiar uma rede que cubra toda a UE e garantir que o financiamento é destinado às maiores necessidades”
Recomendam uma análise exaustiva “ para determinar o número de postos necessários, a localização adequada e a potência que devem fornecer” e ainda a criação de um roteiro estratégico para “alcançar as metas de infra-estruturas de carregamento e determinar as normas e requisitos mínimos”.
Esta cooperação e cobrança entre as diversas entidades a nível europeu mostra que o compromisso com o ambiente é sério e não apenas um projeto de intenções.