Venda de carros elétricos dispara
Nos primeiros quatro meses de 2022, a venda de automóveis elétricos em Portugal teve um crescimento de 88,1% em comparação com o período homólogo de 2021.
Estes são tempos paradoxais para a indústria automóvel e as vendas em Portugal refletem isso mesmo. Desde o início da pandemia, o mercado caiu a pique e não parece dar sinais de retoma. De acordo com dados da ACAP (Associação Automóvel de Portugal), no mês de abril foram matriculados 14.526 automóveis, menos 19,9% do que no período homólogo de 2021 e menos 41,4% do que em abril de 2019. Tendência negativa que se mantém se analisarmos o quadrimestre — de janeiro a abril. No total, saíram para a estrada 56.992 veículos novos, menos 0,7% do que em 2021 e 39,6% abaixo do período pré-pandemia.
Números que preocupam os responsáveis do setor. A verdade é que há outros dados que parecem indicar uma mudança de paradigma, não estivesse a venda de veículos elétricos a crescer exponencialmente. Entre janeiro e abril, foram vendidas 4.707 novas viaturas, 88,1% mais do que em 2021 — crescimento que confirma aquilo que vem sucedendo nos últimos anos. Já em 2021 a venda de carros 100% elétricos tinha sido 69% maior do que em 2020, ainda sem pandemia.
Mas nem só de veículos elétricos vive o mercado automóvel mais sustentável. A oferta de veículos movidos a energias alternativas é cada vez maior e os portugueses estão atentos a esta realidade, com especial destaque para os híbridos. Contas todas feitas, o aumento de automóveis ligeiros de passageiros movidos a outros tipos de energia que não os motores de combustão interna — inclui veículos híbridos plug-in, híbridos elétricos, híbridos GPL/gasolina e GNC — foi de 39% no primeiro quadrimestre.
Tendência que, tudo indica, se manterá durante os próximos anos, não só pela cada vez mais crescente consciência ambiental dos automobilistas, mas também pela melhoria da oferta (são cada vez mais e mais evoluídos os modelos disponíveis no mercado), o crescimento das redes de carregamento, o recente aumento do apoio individual para a compra de automóveis elétricos novos e, é claro, a “cereja” no topo do bolo: o aumento do preço dos combustíveis, que tem atingido valores históricos.