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“Portugal tem de reagir à procura pelo desenvolvimento e produção de baterias”

“Portugal tem de reagir à procura pelo desenvolvimento e produção de baterias”

João Galamba, secretário de Estado do Ambiente e da Energia, defendeu que num contexto de transição energética, a cadeia de valor das baterias assume particular relevância

A mobilidade elétrica é um tema da maior importância para Portugal e para toda a União Europeia, estando o Governo português fortemente empenhado no seu desenvolvimento, disse na sua intervenção João Galamba, secretário de Estado do Ambiente e da Energia, admitindo que as baterias são indispensáveis para as transições energética e digital. “Sem exagero, pode-se afirmar que são indispensáveis à concretização do maior desígnio que as sociedades têm pela frente: alcançar a neutralidade carbónica até 2050”. Aliás, João Galamba considera que este é o aspeto central do Pacto Ecológico Europeu, seguindo uma nova estratégia de desenvolvimento e um roteiro para tornar a Europa sustentável.

Apesar dos desafios acrescidos que a pandemia e a guerra apresentam, João Galamba garante que o compromisso do Governo com a neutralidade carbónica até 2050 permanece. “Continuaremos a prosseguir os objetivos do Pacto Ecológico Europeu e da concretização da transição energética.”

O governante, enfatizando o facto de se estimar que a população mundial chegue aos 10 mil milhões até 2050, ressalva que nas últimas cinco décadas a população mundial duplicou, ao mesmo tempo que a extração de recursos triplicou. “Quando 45% das emissões são provenientes da produção e consumo de bens e serviços, se queremos alcançar a neutralidade carbónica até 2025, precisamos de pensar a forma como extraímos, produzimos e consumimos”.

Sustentabilidade das cadeias de valor é fundamental

João Galamba diz que a sustentabilidade das cadeias de valor é cada vez mais relevante e que num contexto de transição energética, a cadeia de valor das baterias é particularmente importante. “Segundo as estimativas da Comissão Europeia, a partir de 2025, a cadeia de valor das baterias na Europa gerará 250 mil milhões de euros por ano.” Assim, só para satisfazer a procura da UE, serão necessárias, segundo dados fornecidos pelo secretário de Estado, 20 gigafábricas na Europa. “A escala e a velocidade necessárias exigem um esforço conjunto para fazer face a este desafio industrial”, mencionou.

Num momento que João Galamba apelida de “crucial” para Portugal e Europa, o governante alerta para a necessidade de “sermos capazes de reagir à procura crescente pelo desenvolvimento e produção de baterias, sem comprometer os objetivos do Pacto Ecológico Europeu e do Plano de Ação para a Economia Circular”. Aliás, o secretário de Estado garante que o Pacto Ecológico Europeu é essencial para que as economias da União Europeia (UE) avancem no caminho da sustentabilidade e da recuperação. “No Pacto Ecológico Europeu as tradicionais divisões, oposições e clivagens entre a economia, a indústria e ambiente também são postas em causa.” Portanto, reitera o governante, “se é verdade que a indústria tem de ser sustentável, não é menos verdade que o ambiente tem de ser mais industrial”.

Os desafios

O compromisso com a sustentabilidade permitirá atingir os objetivos climáticos e ambientais e, simultaneamente, promover o desenvolvimento da economia, garantindo uma recuperação justa e inclusiva, diz o secretário de Estado do Ambiente e da Energia. “O caminho para a neutralidade carbónica passa também por uma rápida utilização de um modelo linear, baseado em combustíveis fósseis e num modelo circular, neutro em carbono e que respeite os limites do planeta.”

Na sua intervenção, o secretário de Estado salientou que o desenvolvimento da cadeia de valor das baterias em Portugal, em linha com as necessidades do mercado, apresenta essencialmente três grandes desafios: o acesso a matérias-primas críticas, competências e investimento. “E Portugal está particularmente bem preparado para enfrentar estes três desafios.” O governante falou ainda na atribuição de direitos e pesquisa de lítio em Portugal, que já mereceu inclusivamente um processo de avaliação ambiental estratégica através do qual se identificaram seis áreas com potencial de existência deste metal. Um concurso que deverá avançar ainda durante 2022.

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