Metade dos portugueses pensa comprar um carro elétrico ou híbrido

Um estudo da Associação Automóvel de Portugal mostra que, na hora de comprar, os portugueses pensam de forma cada vez mais sustentável. E digital

Um em cada dois consumidores afirma que o seu próximo carro será híbrido ou elétrico. Nove em cada dez estão dispostos a pagar até 35 mil euros por uma viatura elétrica. Estas são algumas das conclusões que integram o estudo “As redes de retalho automóvel em Portugal – O presente e o futuro do setor”, que a Associação Automóvel de Portugal (ACAP), em parceria com uma equipa de investigadores do ISEG – Lisbon School of Economics and Management, deu a conhecer no passado dia 26 de maio. Dados que confirmam um cenário cada vez mais favorável à eletrificação. Recorde-se que, nos primeiros quatro meses deste ano, a venda de automóveis novos movidos a energias alternativas teve um aumento de 39% em comparação com o período homólogo de 2021.

A associação automóvel afirma, ainda assim, que esta conversão levará o seu tempo, avançando que o parque automóvel de veículos de passageiros ligeiros deverá, em 2025, ser composto por 12,6% de veículos elétricos e híbridos e por 87,4% de veículos movidos a gasolina e a gasóleo. A elevada média de idades do nosso parque — em 2020 situava-se em 12,8 anos, muito acima dos números da média europeia — poderá, em teoria, ser um aliado desta renovação, pese embora o diminuto poder de compra e a grande carga fiscal automóvel em comparação com outros países da União Europeia.

Refira-se ainda que a totalidade dos consumidores incluídos na amostra está disposta a pagar um acréscimo de preço para poder usufruir de tecnologia adicional, nomeadamente conectividade, condução autónoma e entretenimento. No que se refere às principais tendências futuras do consumidor português na aquisição e utilização dos produtos e serviços automóveis, as conclusões revelam que 60% dos inquiridos estão a considerar comprar um veículo nos próximos cinco anos e que, no processo de compra, 40% apostam numa combinação online/presencial. 60% referem também que preferem comprar virtualmente a um concessionário autorizado da marca e 30% no site do fabricante. “As marcas e concessionários terão, agora e mais do que nunca, de investir quer numa mudança de paradigma na forma como estão estruturados – e como atuam – quer na formação dos seus recursos humanos, que terão de estar preparados para dar resposta às megatendências do setor automóvel para 2025, que põem em destaque a conectividade e a digitalização, a eletrificação, a mobilidade, a transformação ágil e o foco no cliente”, concluem.