2035 será mesmo o ano-chave
O Parlamento Europeu aprovou a medida que propõe o fim da venda de automóveis com motor de combustão a partir de 2035
A data há muito que estava no horizonte, mas ainda não era uma certeza absoluta. Ainda não é uma certeza, na verdade — a iniciativa aprovada no passado dia 8 de junho, no Parlamento Europeu (PE), tem de ser negociada com os vários Estados-membros —, mas um volte-face parece cada vez mais difícil e o ano de 2035 será mesmo a data a partir da qual deixará de ser permitido comercializar veículos novos com motor a combustão. O que se traduz, na prática, na proibição da venda de carros que não sejam elétricos.
Uma medida que era parte integrante do pacote legislativo “Fit for 55”, desenhado para assegurar que a União Europeia (UE) atinja a neutralidade climática até 2050. Como se esperava, a discussão foi tensa. Se, pelo menos neste capítulo, foi possível chegar a uma solução de compromisso — o texto adotado inclui objetivos intermédios propostos pela Comissão Europeia (CE), nomeadamente uma redução de 15% nas emissões de automóveis até 2025 e uma redução de 55% até 2030 —, outras áreas houve em que não se chegou a acordo, como a reforma do mercado de carbono, sendo rejeitada a proposta relativa ao comércio de licença de emissões. Foi também decidido adiar a votação sobre a proposta para a criação de um novo Fundo Social de Ação Climática, que apoiará os cidadãos da UE mais afetados ou em risco de pobreza energética ou de mobilidade. Pelo lado positivo, houve acordo quanto à necessidade de aumento de objetivos vinculativos para a captura de CO2 por “sumidouros de carbono” naturais (como florestas ou uso do solo).
Recorde-se que, apesar da aprovação, esta medida ainda não é definitiva, uma vez que a aprovação final é sempre dos 27 Estados-membros, quando reunidos em conselho. Haverá mais novidades (e discussão em breve), no dia 29, no Luxemburgo, data em que realiza o Conselho de Ministros do Ambiente.